quarta-feira, 7 de setembro de 2016

SOZINHO NA CHUVA




Tristes meus olhos ficaram
Ao ler o seu recado deixado
Sobre a mesa e a vela acesa 
Os sonhos sozinhos finaram

Nas entrelinhas escrita na carta
Disseram ser eu um pacato
A carta foi rasgada na mesa
Quando li que de mim está farta

Ó coração amolecido!
Inda guardas na parede o retrato
Da danada q' tirou-lhe da vida a clareza
Daquela que um dia te chamou de querido!

Pobre de mim, pacato poeta!
Vivo na penumbra do amor ingrato
Vislumbro o cair da chuva, única beleza
Remendando os cacos d'uma mente inquieta...


(Simone Medeiros)

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