sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ÚNICA...


Sem fingimento nem mentiras nem tramas
Desnecessário se faz fluir o artifício audaz
Tua beleza é algo que de longe me seduz 
És única em cada espécie, és meu recanto 

Silêncio que berra na natureza o seu encanto 
Quando na primavera és rainha, puro decanto 
Rara beleza, cores e texturas energiza a alma 
Poderosa magia que de suas pétalas espalma 

Orquídea, és teu nome singelo, porém belo 
Traduz aos olhos de muitos a mais querida 
Provocando e despertando contradição, duelo

Não importa o quanto dizem, sei que és especial 
Iguais a ti há tantas mas és tu a minha preferida 
Energiza minh'alma, literal, és para mim vital... 


Simone Medeiros 
10/09/2015 
Fotografia: Simone Medeiros 

COM E SEM VOCÊ...




Sem você sou um ponto sem exclamação
Derramo meus versos sentido contramão
Recebo-os sem nada querendo ter você
Do meu lado sinto a distância como clichê

Com você eu seria a mais feliz, com certeza
Não haveria tanta rebeldia tentando ser tua
E a saudade deixaria para sempre a tristeza
Seríamos um só enredo, um poema que atua

Na pele o desejo tão esperado entre você e eu
Na boca, os beijos amornados e aguardados
Selados por uma paixão que no peito é infinita

Nem a distância amenizou o amor que se viveu
Nem o tempo pôde se rebelar aos gritos calados
Ainda temos na vida e coração o amor que habita

Simone Medeiros
08/10/2015
Ilustração: Google

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

QUE GOSTO TEM?



Gosto de te quero mais... com gelo e limão 
Gotas do gozo proibido escorrem-me da tez 
Sensação que induz ao caminho d' perdição 
Na pele, as marcas denunciando a insensatez 


Limão gelo e mais você na contramão, 
Tudo na mesma proporção sem tirar-lhe a mão 
Deslizante tatuagem impregno meu suor ao teu 
Faço-te mulher e, em meus braços, sou o teu Orfeu 


Degusto-te na tua pele macia o gosto de fantasias 
Deslizo mãos atrevidas explorando teus aromas 
Faço-te a mulher mais feliz, te dou o céu em poesias 


Rego a tua pele com gelo e limão, jogos de sedução 
Na cama, somos dois corpos em chamas, axiomas 
Na pele, a sedução toma conta, é poesia e paixão... 


Simone Medeiros 
07/10/2015 
Ilustração: Google


SOB TEU OLHAR MATREIRO...




Faço-te poemas, atiço o desatino 
Rimo saudades com a tua vontade 
Dobro a esquina certa do destino 
Pairo sob tuas ondas da verdade 

Navego silente no seu corpo tentação 
Deixo-me flutuar nas ondas da sedução 
Não quero esquecer esse momento 
À noite enluarada como complemento 

Nosso amor sendo versado neste soneto 
Onde eu aqui perante este céu, eu prometo 
Amar-te-ei plenamente, ser-te-ei fiel, 'amore mio' 

Que dure enquanto brilhe essa louca paixão 
À luz da Lua, fantasias que atiçam o coração 
Na pele a química prova e, provo, gosto...e delicio... 

Simone Medeiros 
06/10/2015 
Ilustração: Google


PERDÃO


"Perdoar"... 
Porque é tão fácil de se pronunciar 
E tão difícil de se praticar? 
Porque é tão fácil aconselhá-lo 
Do que simplesmente tomarmos como lição? 
Fácil para os outros dizerem... 
Difícil para nós acatarmos. 
Perdoar vai muito além do que esquecer 
Perdoar é retirar do peito toda a mágoa 
Retirar de vez aquela casca grotesca 
Que tapa a ferida temporariamente 
Mas ao menor arranhão, lá está ela à mostra... 
As mágoas escondidas que dói e ainda machuca 
Quando se lembra do fato, relatos ao vento 
Pessoas que passam o mesmo tormento 
Tornamos eleitores do maestro que rege nossas vidas 
Com marcas marcadas, cicatrizes profundas 



Perdão... é preciso sim, perdoar. 
Mas, a quem primeiro vale o ato? 
Nós, por que fomos falhos nos atos e palavras, 
Ou devemos perdoar ao outro pelo troco malgrado? 
E o que pensar quando se diz a si mesmo: "Eu perdoo fulano"... 
Não. Você não perdoa cem porcento.. 
Consegue ficar amigos sem rancor? 
Consegues ter em sua casa o amigo traidor? 
Consegues tê-la como amiga, a mulher que te arruinou? 
Consegues tê-lo como amigo, o homem que te humilhou? 
Consegues desejar-lhes o bem, quando este o feriu? 
Não. Não sabemos perdoar. 
Não aprendemos ainda a perdoar. 
Dizemos da boca para fora. É mais cômodo. 
Vamos encarar! 
Não adianta ler, ouvir, 
Nem tampouco, estudar sobre a lição do perdão! 
Se nem ao menos, aprendemos a amar simplesmente, 
O nosso irmão que carece do pouco, que vive largado 


Nas ruas, nas sarjetas, chorando por um bocado de gorjetas! 
Não aprendemos a perdoar coisas banais, cotidianas. 
Gritamos desvairados nos trânsitos caóticos. 
Encolerizamos por tão pouco e ainda dissemos que perante o Cristo, somos todos irmãos... 

Ironia do destino, hipocrisia de uma sociedade careta e selvagem. 
Somos simples gavetas ambulantes guardando tudo na mente, 
Somos bois ruminantes que enojamos a Língua Portuguesa. 
Somos escravos inconscientes, delinquentes da matéria apodrecida. 
Do orgulho ao amor ferido, do egoísmo, 
Da ganância ao poder absoluto, que não perdoa ninguém. 
Somos pais do amor próprio que ganha na frente em disparada, 
Atropelando e distorcendo tudo o que sai e entram ao coração 
Sem ver ao menos a chance de reconciliar com o inimigo, 
Que pelos desígnios de Deus, Ele diz ser teu irmão. 
Não percebes que o destino é correto e sempre deixa à nossa mão 


As oportunidades a baterem à nossa porta, como um chamado à remissão? 
Somos surdos nestas horas, ah,.. e como somos! 
Não temos a noção d' extensão da grande lição ao perdão, 
Fechamos em copas, a sete chaves, e jogamos as chaves fora. 
Destruímos de vez toda boa ação, somos inúteis ao perdoar. 
E aí, o que nos resta é repetir o "tudo", outra vez... 
Aqui na Terra é assim, sempre é lição, é escola de vidas e para a vida 
Somos nós, aluno repetentes tomando juízo, retomando a lição. 
Livre arbítrio que nos concede a escolha exposta, a contra-proposta 
De tentar tudo outra vez, mas com a certeza de fazer direito, desta vez. 
E descobrir que é chegado o tempo, o acerto de contas, afinal de contas, 
Entre eu, você, e os "outros", somos espiritualmente, uma grande família. 


E estamos aqui hoje e agora para aprender uma grande lição: 
Conceder o P E R D Ã O de vez aos inimigos, reconciliarmos 
E amá-los como a nós mesmos, como gostaríamos que assim o fosse. 
Será hoje possível o sucesso desta nobre lição? 
Eis que o tempo é a cura que abençoa e doam oportunidades a cada amanhecer, 
Chamando teus filhos à luta a subir mais um degrau 
Na escala da nossa vida terrena, a tão sonhada, 
E V O L U Ç Ã O.

Simone Medeiros 
Ilustração: Google


PARECE... MAS, NÃO É!



Teu sorriso nos lábios desenha-te o intento
Intento velado sacramentado nos poemas
De origem duvidosa, intuição soa o fingimento
Alarme estridente cria na mente as algemas

Coração angustiado, atormentado pelas noites
Acorrentado às tuas exigências pueris sem valor
Mas com total pudor sentiu na pele a nobre flor
Tempestivamente sangrou a pobrezinha em açoites

Dilacerou-se a pequenina flor em pétalas, o desamor
Restaram-se apenas alguns botões e folhas...
Flor bela! Tão jovem e já trás no íntimo a sabedoria

Pois, sabe surpreender com a vida a lição do amor
Que a tempestade parece ser forte, mas se tem escolhas
Sobrepujar as dificuldades c' amor é ser livre, eis a magia.

Simone Medeiros
07/10/2015
Ilustração: Google

terça-feira, 6 de outubro de 2015

DO QUE VOCÊ PRECISA?



Eu preciso ter mais e.d.u.c.a.ç.ã.o
Pois me falta entender o abecedário
Não sei mais o que entender sobre ser solidário
Há neste mundo mais o saber egoísta e mercenário
Pôde isso fazer parte do seu coração?

Do que você precisa?
Eu preciso saber ler nas entrelinhas
Porque nem sempre entendi o que se esconde nas tuas rimas
As palavras "eu te amo" tem pra você significados contrários
Um amor que se revela somente atrás dos teus armários

Esconde-se de seus podres poderes, brios e pesadelos
Torce-os deixando-os respingar caindo sobre a terra o seu orgulho
Lágrimas eu te dou em troca de suas palavras em duelos
Troca de gentilezas, faço-lhe do seu entendimento, um embrulho
Guardo-o em uma das gavetas de baixo do seu nefasto véu
Sapiência é saber relevar toda matéria podre sob este mesmo céu

O qual é preciso tanto na pele sentir para aprender a perdoar e esquecer
De que quem mais precisa do aprender requer por dentro ser
Mais humilde, mais compreensivo tanto quanto és para consigo
Para que tudo o que faças a quem amas não volte pra si como castigo
Pare de olhar para si mesmo e para seu impávido umbigo
Faça de teu caminhar uma trilha leve que te leve direto a um abrigo

Veja ao seu redor, do que mais você precisa?!
Preciso de um amor sadio pois meu coração está petrificado
Um amor doentio o destruiu e ruiu todo um castelo de um amor bandido
Restaram-me apenas algumas lembranças do amor antigo
Vinho tinto que envelhece no tonel do tempo como um predicado
Pobre poeta! Tens agora um coração só, ferido, frio e blindado...

Simone Medeiros
30/09/2015
Ilustração: Google


POETIZANDO COM O SIM E O NÃO...




Pouso meus versos na balança do discernimento
Nela meço os prós e os contras em porções iguais
Em equilíbrio visualizo no pensamento os sinais
Na consciência dou o veredito: disfarçes ao intento

Não lamento o sim pelo não, domo as rédeas, subjeção
Faço o que é preciso, dou o martelo do juízo, peço o não.
Não à crueldade, não à mortalidade dos sonhos possíveis
Digo sim à pura realidade, natalidade dos sonhos incríveis

Entre os caminhos do 'sim' e do 'não', há aquele que excede
Natureza que doma o ser que entoa no peito a canção libertária
Íntima do ser que encanta o 'sim' e desacata a natureza arbitrária

Dando à alma o direito de prover-se do 'sim': palavra que sucede
Da liberdade de ir e vir ao reencontro da caneta, singela silhueta
Fluído que enaltece a alma, tecem nos versos o coração d' poeta

Simone Medeiros
06/10/2015
Ilustração: Google


sábado, 3 de outubro de 2015

ENTRE PONTOS E VÍRGULAS...

ENTRE PONTOS E VÍRGULAS...


Há muito o que se dizer e muito mais, a escrever 
E nas entrelinhas entender o que se esconde do saber
Sinônimos velados diversificados entre os pontos finais
Tudo na mesma proporção sem tirar nem pôr os sinais

Reticências pairam no ar; entre aspas no céu, o entardecer
A angústia surge por detrás dos sinais e sangra até morrer
Seca e vira pó, fantasias geram a monotonia do jamais
Pó que se vê através das noites os desencantos dos mortais

Entre o ponto e a vírgula, a indecisão de quem permanece
Entre o querer e o poder de ser feliz ou pelos menos tentar...
Nas reticências e nos pontos interrogativas que na mente tece

Teia de opulências que minh'alma trás da felicidade e reconhece
A liberdade de escolhas; saber entendê-las é unânime optar:
Entre o bem e o mal, equilíbrio entre pontos, vírgulas e prece

Simone Medeiros
03/10/2015
Ilustração: Simone Medeiros

Simone de Corpo, Alma e Poesias...