quinta-feira, 21 de maio de 2015

DRIBLANDO A MORTE



DRIBLANDO A MORTE

Cansado de tentar fugir da dona morte
Tentei jogar diferente a tal da boa sorte
Pensei nos prós e contras da minha vida 
Fiz um balanço geral, e com sob medida

Fiz parecer, de fato, igual no equilíbrio vital
À morte, dei-lhe o que é por mim, o meu direito
Coloquei a vida minha num simples pedestal
E à morte eu ofereci com respeito, meu preito

Um lugar na vida sem hora de ida e revolta,
À morte certeira comigo um dia, por certo roga
A pressa será sem nada na mala em voga

Na mente a vida passa num filme exorbitante
Tudo o que foi bom e vivido na vida vai e volta
Ciranda que tece a vida e morte, concomitante.



Simone Medeiros

Ilustração: Antonio Poteiro - "Ciranda" - 90cm x 1m - óleo sob tela

quarta-feira, 6 de maio de 2015

NAVEGANDO NO AMAR... TRAIÇÃO



NAVEGANDO NO AMAR... TRAIÇÃO

Por ondas gigantes no meu barco, contigo remei
Enfrentei tufões, relâmpagos, sem querer tubarões
Atravessei os sete mares, e os dias e noites, contei
Noites de lua, fitei o céu a esperar de ti, intenções

Não vimos o tempo sob as ondas serenas do amar
Levar o que havia de melhor em nós no mar afundar
Em águas negras, nos perdemos sem querer emergir
Afundamos no mar ciumento, traiçoeiras águas a fluir

Nos destroços do mar lembranças de um louco amor
A traição se fez de rogada lançando-se aos mares,
O amor se sentiu só e pra sempre ele quis morrer

Num mar de lágrimas que destilou-se no oceano, sua dor
Corais e recifes foram para ele, o seu fiel e cego reduto
Nossas almas de tristezas morreram, sob céu de olhares.


Simone Medeiros 


Ilustração: Google



Simone de Corpo, Alma e Poesias...