domingo, 30 de novembro de 2014

PARTIU EM FESTA

PARTIU EM FESTA


"Isso, isso, isso..."

Agora era verdade, Chaves de fato morria
Mas não nos corações de quem o assistia
Chaves, Chespirito, ou simplesmente Roberto,
O que é certo dizer, é que entre eles há um rei
O rei da comédia, da alegria a ensinar

Que a simplicidade está na arte de representar
A astúcia inocente de cada criança
A aprender e entender que se faz crescer
O bom da vida em poder atuar o bom humor
No palco, na vida mostrar como se faz

O papel de todo artista em ser ator e poeta
Escrever histórias que possam perpetuar
Atravessando gerações, ensinando lições
Assim, é Chaves nosso querido e saudoso
Companheiro das tardes infantis

Roubam os jornais e novelas vespertinas
Só para ver e dar boas risadas com a turma do Chaves
Rindo à beça, seu Madruga, Chiquinha, Dona Florinda,
Kiko rindo e chorando, ao mesmo tempo é legal
Girafales com seu jeito galã todo professoral

Encantando a mulherada do cortiço lá na vila
Jogando charme e flores em cima de Florinda
E a bruxa do 71, dando uma de sem noção...
Achando-se beleza em seu estado de idosa
Era a diversão que a gente teve quando criança na TV

De poder rir das trapalhadas formadas e traquinais
Só podia ter sido mesmo o Chaves, o rei da astúcia
A maquinar tamanhas trapalhadas, engraçadas
E Chiquinha apoiando o amigo, tendo ouvir
De seu pai, seu Madruga, camarada folgado, engraçado

Os bons puxões de orelhas e conselhos de pai
Era o que divertia mais a história, do cortiço,
Da turma do Chaves a que todos amávamos.
Gente que brilha na vila onde mora toda esta "gentalha",
Como dizia dona Florinda, bobs tinha ela na cabeça

Trazia qualquer objeto em punho pra acertar o seu madruga
Que vivia fugindo do seu Barriga e caindo em armadilhas,
Das travessuras criadas pelas mãos de Chespirito.
Saudações, querido poeta e ator Chespirito
Nós todos sentiremos sua falta, mas diante de tudo,

Lembremos que o que sentimos neste momento é triste,
Mas, a tristeza é efêmera perante toda sua nobreza espiritual.
E, Chaves, querido, um dia nos encontraremos de novo
Em noutro palco, noutra vida, riremos outros risos
Outros momentos, outros encontros, por ora, saibamos...

Partistes para a festa no Céu, ó Chaves querido!
À tua espera, seus amigos o aguardam em festa
No céu a alegria se faz presente e será celestial,
Pois para Carlitos, ele diz: o palco de novo se completa.
O ato se reinicia no coração do saudoso poeta.



Simone Medeiros 


Ilustração: Google


sábado, 15 de novembro de 2014

O CHORO DA AMA ZÔNIA



O CHORO DA AMA ZÔNIA

Ama Zônia chora
Por ver mais foice nas mãos 
Por perecer mais florestas em vão


Ama Zônia chora
Por ver ações mal sãs
Da Amazônia mata querida,
Ver teu povo lhe tocar a ferida 
Cortando-lhe sem dó o seu cerne 
Retirando tua seiva já sem vida 
Ressecando teu corpo imaculado 
Por míseros trocados de pratas 
Barganhadas em rios de sangue



Ama Zônia chora 
Sofre pelos entes queridos 
Seus bichos e gente de bem 
Sendo retirados de seus nichos e abrigos 
Desamparando-lhe as aves dos ninhos 
Exortando-lhe animais sem destino 
Chamuscando-lhe a vida em chamas 
É assim que maltrata o homem à natureza. 
É o troco mal dado pela vida doada.


Ama Zônia observa: 
A Terra já não será no futuro a mesma 
O chão verde das matas já está de luto 
As lágrimas dos rios secarão de vez 
A sede e fome alastrarão sem piedade 
Nos seios de todos os envolvidos 
Não restando-lhes nenhum de seus filhos 
Pobres, negros e ricos 
Todos ficarão sem ter o abrigo das chuvas



Das matas e florestas afins, 
Se acaso o homem continuares assim, 
Desperdiçando a riqueza nata divina, 
Para trocar por um pouco de ganância 
Enchendo teus cofres de dinheiros 
Desmatando-lhes áreas sem limites 
Retirando-lhe o coração do Brasil 
Transformando-lhes em pastos para gados 
Ó governantes sem noção... 
Não vês o que rege em teus papeis, 
Assinando petições e concessões?



Não vês que ao gado requer mais comida, 
Retirará então, vós o pão dos aflitos? 
Não vês que ao gado requer mais água? 
Retirará então, vós a água de teus irmãos? 
Não vês que retirando as raízes nativas, 
Retirará para sempre a esperança da nação? 
O coração sem sangue não pulsa. 
O coração do Brasil é a floresta amazônica.


É ela responsável pelas chuvas nas regiões... 
O que se faz com o país, é crime sem fiação. 
É colocar-se dentro da masmorra da sede e fome. 
É ter que redimir-se sem ter a rendição. 
Não haverá o leite derramado 
Pois nem o leite terá a derramar 
Pois o gado e o homem morrerão de sede e fome 
As matas virgens e santas serão queimadas


E o pesadelo só terminará quando do sono se despertará 
És fato, de que na vida sempre se tem uma segunda chance 
De fazer tudo diferente do que era antes... 
Mas, será que teremos esta segunda chance? 
Desmantando diariamente, retirando a água dos rios e lagos,


E dando aos bois, gerando o ciclo da morte? 
Boi bebe a água, e nós comemos o boi.. 
Boi morre de sede, e nós morremos de fome... 
Ironia patética, mas corremos o risco 
De se tornar realidade futurista...


Ama Zônia sonha: 
De um dia ser tudo mentira o que ela previu... 
De um dia não ver chorar os filhos teus... 
Por uma pedaço de chão, pão, água e comida 


Ama Zônia sonha ainda... 
De não ter que ver de camarote 
Teu povo sofrendo e morrendo à míngua 
Teu povo sendo de fato, maltratado 
Nas mãos daqueles ingratos, 
Filhos bastardos de uma geração medíocre e infeliz. 


Simone Medeiros

Ilustração: Google

domingo, 9 de novembro de 2014

ESTRELA GUIA


ESTRELA GUIA

Vá estrela guia
E de pronto, para todo
Vá levar ao amor
Um beijo de amor meu
Cuide para que ele


Chegue ao destino certo
Cuide-se, estrela guia,
Para que não te percas 
Pelos caminhos traiçoeiros 
Onde habita os corações


Dos invejosos 
Por não ter amor suficiente 
Em teus corações 
Ladeados de pedra ônix 
Seios ressequidos pelo


Veneno lingual 
Epidemia que afeta 
Milhares de irmãos nossos 
Vagando aqui nesta terra 
Sem fim, sem chão, sem amor.


Vá estrela guia! 
Vá de encontro à felicidade 
Diga-lhe que mando-lhe lembranças 
Que no futuro não muito distante, 
Serei tua fiel companheira,


Trarei no peito o amor 
Como recompensa 
Do tesouro merecido 
Pelos anos dedicados 
À paciência e resignação.


Diga-lhe à Salvação, ó estrela, 
Serei no futuro não tão distante, 
A tua alma resgatada e feliz, 
Por ter recebido a graça 
Pelas bençãos ofertadas


Em berços de choro e oração. 
Vá, estrela guia, voe para bem longe! 
Vá de encontro ao amor 
Que me espera por esse momento 
De um dia, juntos estar e pra sempre,
Lado a lado, ficar.



Simone Medeiros


Ilustração: Google



A LUA E O SOL



A LUA E  O SOL

Dois amantes do amor sublime
A Lua que ilumina a noite 
E o Sol que aquece o dia
Eis uma história de amor real
O Sol e a Lua, separados pela Natureza
E unidos à um amor infinito e lindo


O Sol que se despede do céu azul entre nuvens 
A Lua que encanta as estrelas que ilumina 
Corações apaixonados na Terra parida 
De sonhos e amores perdidos, de fato, 
Separados pelo tempo e espaço 
Remontando lado a lado cada pedaço, corações


Perdidos e partidos pelos desfechos dos atos 
Sensações de redemoinho de ventos esparsos 
Semeando as sementes do amor latente 
Espera infinita do amor entre os seres 
Criações divinas que imploram aos teus desejos 
Do encontro final do bem querer incontido


De amar a Lua infinitamente ao Sol 
Juntos embora no mesmo Céu 
Disputando com a própria Natureza 
O mesmo tempo e espaço, Oh, que faço? 
Recriar o que já está descrito 
É ir contra o Deus do Céu e o Infinito


Que fazer senão renunciar 
O amor pela Lua em meu Sol maior de lutas 
Reduzir-me em pequena chama que se apaga aos prantos 
Até findar-me de vez no Universo latente 
Só assim saberei o que de fato é sentir 
O quão a solidão és para mim o meu terror


Do castigo a desobedecer as regras divinas 
Do poder de só amá-la de longe, ó minha amada, Lua minha! 
É provar ao Universo que o amor sempre sustentará 
Os corações daqueles que dizem a si mesmos 
Que o amor, em suma, é o que conduz a fé 
E o imenso prazer de amar incondicionalmente a Lua, tua amada


Pois para Deus nada, nada é impossível! 
Hei de crer que isto um dia será para mim, possível 
Quando a Terra enfim se auto destruirá 
Findando o Sol juntamente com a Lua na Terra ingrata e crua 
Tendo outros planos como nova casa dos mortais com mais valores morais,
E quem sabe então, poderei eu, o Sol um dia, ser feliz e poder viver ao teu lado,


E juntos, amada Lua, realizar o sonho perfeito, 
Amar-te-ei loucamente, feito dois loucos amantes 
Desvendar-te-ei entre céus os mistérios desse amor sublime 
Viajarei pelos Anéis de Saturno até o último dos Planetas 
Decolarei rumo aos céus entre outros mundos 
Tendo como companheiras e amigas, as infinitas estrelas


A irradiar ao nosso amor a alegria e felicidade, 
Espalhar por toda a galáxia até aos corações humanos 
Que se amam e se querem juntos lado a lado 
Feitos um para outro, como almas gêmeas 
Serás tu o Sol que me aquece em dias frios, 
E eu serei a tua Lua que encantará os teus dias cinzas. 



Simone Medeiros

Ilustração: Google


NÓS E LAÇOS



NÓS E LAÇOS

Tão nós
Tantos laços
Desatemos nós
Os nós
Emaranhados 
Estamos 
Na cama se desfaz 
Ansiedade contida 
O amor entre nós 
Sublime junção 
Entre laços e nós 
Laços que se procuram 
Corpos que se acham 
À procura de laços 
Desamarrando-os um a um 
Desvendando a nudez 
A cor da tua pele 
Alva como a Lua 
Me entrego como tua 
Minha ternura, minh'alma pura 
Laços se desfazem 
Revelando minha inocência 
Maturando a flor tua 
Em lindas pétalas de candura 
Transformando-a em mulher 
Desatando nossos nós 
Laços espirituais, reais 
Amor real, amor espiritual 
Amor à flor da pele, 
Amor carnal entre tuas coxas, 
Entre outras moças, 
Te faço a primeira dama 
Que te imploro que tu seja minha dona 
Do meu querer e do meu viver 
Somos laços e nós, que se desatam a sós 
Somos donos que traça o próprio destino 
E que se define, de fato, a certeza do amor que vive 
Entre nós entre laçadas apertadas de paixão 
O amor em laços a desatarem em puro tesão 
Os nós perfeitos entre nós são desfeitos, em dedos que roçam 
A tua pele que destilam o aroma adocicado 
Amores perfeitos feito a flor bela de um jardim 
Que ao vento se permite o teu aroma fluir 
Exalando pelo ar com timidez a tua tez de menina mulher 
Perfumes d'amor durante a Lua que declama o amor 
Em pétalas de flores decorando-a a tua pele 
Toda nua, linda como a Lua cheia em noite de amor 
Na pele dos amantes a conhecer e entender 
O que é o amor descrito entre poemas e versos 
Uma descrição singela e amada 
Do amor vivido, 
E sentido. 
Temos todos os aromas entre nós, minha flor de Lua 
Entre laços, te dou mil beijos e abraços 
Destilando sem timidez, desta vez 
Minhas segundas intenções 
Entre mim sob você 



Simone Medeiros 


Ilustração: Google


SE EU PUDESSE


SE EU PUDESSE

Se ao menos eu pudesse
Mexer os pauzinhos da varinha
Feito bruxa ou madrinha
Transformaria o pó em areia


Que com o vento, o levaria 
O grão de areia para o mar 
Nadando na linha do horizonte 
Buscando através dos montes 


Um rapaz bem charmoso, bonito e perfumoso 
Que não seja rico em dinheiro, mas sim em caráter 
Mas que seja rico em beleza, interna sim senhor 
Pois, para quem vislumbra somente a riqueza 


Do dinheiro, boa pinta não parece que é. 
Pois, quem sabe sabe direito que o dinheiro 
Não trás lá, a tal felicidade... já dizia minha avó. 
A riqueza maior que existe está na tal da honestidade, 


Essa sim, trás com certeza, o dinheiro como valor 
Do esforço merecido do trabalho realizado. 
É disso que eu preciso, de gente honesta 
Para que eu seja bem sincera e não receba 


Do caboclo de novo aquele papel de besta 
Achando que tá abafando com sua língua dourada 
Mas, não sabe ele, o coitado, que de rico não tem nada. 
Pois, o mais pobre pode ser o mais rico em amor, 


Coisa que o rico avarento não sente e não conhece, 
Pois o único amor que ele pratica é pelas tuas moedinhas 
Que amontoam no seu cofre, fica cheio e pesado. 
Mas, coitado de todo rico que não empresta e nem doa, 


Morre tolo e egoísta, morre pobre de espírito, 
Não sabe ele quando morre logo de cara, 
Toma um susto, pois descobre de supetão 
Que não tem gavetas e nem cofres bem dentro do teu caixão. 



Simone Medeiros


Ilustração: Google

O PODER DE UM ANJO

O PODER DE UM ANJO


Quiseras eu ser a Lua pra mandar embora saudades tuas
E com o poder da natureza:
Riachos, matas e cachoeiras
Manipulando energias, esmerada sutileza 


Tal qual ao encanto à divindade em tua eterna beleza 
Como Lua, divindade, também és 
Protege de longe sempre os filhos teus 
Lua cheia, lua linda, sempre nova, renova 


Lua celeste lua, Luz a brilhar 
Em mil e uma noites de amor e de luar 
À tuas tristezas, melancolias 
Como guardiã noturna ir-te-ei curar 


Feito mágica natalina, no céu sempre a cintilar 
O bom velhinho, certa noite ensinava 
Que um presente à humanidade foi dada 
O pozinho mágico, então, foi disseminado 


Para quem ainda não se lembra 
O pozinho é bem querido e conhecido 
Pois, na Terra, há muitos ainda precisam 
Do tão famoso carinhoso pozinho... 


Com dois dedinhos de pozinho 
Aos teus ouvidos o segredo revelarei 
O segredo do bom velhinho contigo guardarei 
O pozinho do carinho, sob a tal saudade, polvilharei 


Transformá-la-ei em mil floquinhos 
Do tão puro e branco algodão 
Porei neles com desvelo, o bom remédio curador 
Curar-te-ei, com imenso carinho sem cessar 


Até que um dia tuas saudades, de pronto irão passar 
Saiba que um bom anjo 
Nunca abandona o teu protegido 
Pois, aqui no céu ou na Terra 


Serei sempre a Lua,..a te Iluminar no escuro 
Serei sempre o Sol,..a te aquecer do frio 
Serei o amor,.. a te acompanhar de mãos dadas 
Serei a alegria, à afugentar tuas tristezas 


Serei a calma, à dissipar tua ira 
Serei teu conselheiro,.. a te apontar o bom caminho 
Serei teu coração,.. a te pulsar junto ao teu 
Serei teu guardião, serei nunca um charlatão 


Serei teu sonho bom, a te levar ao paraíso 
Serei apenas o teu anjo, a te guardar 
Pelas veredas sombrias 
Que você ainda insiste em trilhar... 



Simone Medeiros 

Ilustração: Google


A SEDUÇÃO MORA AO LADO DA (OS)TENTAÇÃO

A SEDUÇÃO MORA AO LADO DA (OS)TENTAÇÃO


Você me pede para dar um tempo...
Mas como dar um tempo se o tempo não para
E eu fico aqui pensando em ti, em teus beijos, teus abraços...
Porque está sendo cruel comigo agora?

O que pensas que está fazendo judiando assim?
Não vês que eu te amo e não vivo mais sem você?
Porque testar meus sentimentos pois, 
o que me dói no momento 

É ver você assim sem descontentamento, 
se deliciando em me ver 
Chorando por sua falta, implorando tua presença, 
E você, me testando, me fazendo papel de trouxa... 

Ah, morena! Não faça isso com um pobre homem como eu... 
Não digas que tu não me amas mais...
Pois, ainda é cedo pra tu descobrir que eu 
já pertenço ao teu mundo 

Só o cego que não vê, para perceber 
que estou certo em te oferecer
O mundo todo aos teus pés, a fortuna que tu sempre quis 
O que tens na cabeça, bela morena, moça faceira?
Tenho dinheiro, fama e sedução, sou pura ostentação 
E você, menina, o que tens em tuas mãos?
Um bocado de mãos vazias, 
uns trocados miseráveis de rebeldia
E um comportamento hostil para comigo, 
Larga de ser ingênua, deixe esta vida de meretriz, 
Não combina com tua pele, esses brilhos de paetês 
Muito menos este shortinho curto de jeans surrado, rasgado.
Venha pro meu palácio de ostentação, é só emoção.
Larga de ser trouxa e faça a escolha outra 
Não vire uma mulher fajuta, pois nunca há de ter boa fama 
Vem, morena, vem! 

Aqui tem mais prazer, luxo e dinheiro. 
Mas tem uma coisa que lá fora, nunca encontrarás. 
É o amor verdadeiro de um velho como eu, que daria tudo
Nesta vida em troca de ver você agir com a cabeça e não 

com a emoção e perceber que aqui comigo, 
tu serás rainha do meu reino. 
Terás a fama que sempre sonhou, o dinheiro e prestígio.
Terás tudo, eu prometo, 

mas terá o meu amor como recomeço
De uma vida nova, livre das drogas, sexo e rock in roll!
Comigo, morena, terás amor, 
fama e respeito, por direito. 

E então, minha morena, 
o que me diz do trato, de fato, 
Serás minha então, ou serás para sempre escrava daquele 
Irmão do beco, aquele que tu chamas de cafetão? 



Simone Medeiros 

Ilustração: Google


ESTOU SÓ DE PASSAGEM

ESTOU SÓ DE PASSAGEM


À mim, por você 
Foram-me entregues os teus beijos
Doados de longe e bem perto
Do rosto e da boca


Salgados e doces os beijos
Molhados com gosto de menta
Se não tem o gosto, 
A gente se encaixa e inventa 


Tanto faz a mistura 
Quando penso em loucuras 
Misturo vontade e prazer 
O resultado?


Saudades imensas de você! 
Daí eu percebo o gosto que ficou 
Dos teus beijos afoitos e doidos 
Lambuzados de todos os doces torpes 


Me perco nas lembranças da gente 
Brincando de ser gente inocente
De médico inconsequente, indecente. 
Ou de polícia tentando ser agente 


Tentando descobrir onde se esconde a vergonha 
Debaixo ou em cima da cama, 
E é nela que a gente melhor se entende. 
E aí que eu me prendo às esperanças afins


De um dia se repetir tais cenas obscenas 
Só mais uma noite de prazer com você 
E em teus braços, saiba, eu sou presa fácil, é fato. 
No timbre da tua voz não sei de onde provém, 


Mas o fato, é que nela tem o dom da profecia 
Eu pressinto e sinto o cheiro da tua pele, o perfume do éter
Baixo a guarda, desarmo as minhas garras de gata selvagem 
Perco a noção do tempo e do espaço, 


me entrego aos teus abraços 
Em êxtase, permaneço e meço 
a proporção do recomeço do ato 
Palavras doces e suaves, às vezes afoitos meio sem jeito, 


E então, você me pega de jeito, teu jeito astuto, com gula 
Tudo ali em perfeita sintonia e na mais bela loucura
Como tudo o que se ouve em Beethoven na tua 9ª sinfonia 
Somos ritmos alucinantes,

acordes perfeitos, mas somos muito,.. 
Muito jovens pra querer um ao outro 
E se prender, e quem sabe, ao lado do outro perecer 
Mas o que esperar da vida, se sou eu e você tão jovens? 


Não sei se me calo ou de fato, me amarro à você,
Pois, cansada já estou de ir em busca da ambição. 
Sendo assim, se ouvires uma voz no seu interior, 
Ouça e guarde com atenção, creio que seja o teu anjo 


Dizendo-te ao pé do ouvido, te dando um recado meu: 
"Me prenda, não me solte, acredite sou sua estrela da sorte! 
Me convença a ficar, não me deixes ir!
Use teus argumentos, só por esse momento! 


Achar-me foi pra você, a mais pura sorte!" 
Pois te revelo aqui o meu outro lado em segredo: 
Sou fácil de se conquistar, é verdade. 
Mas sou difícil de poder acreditar em meu ego 


Que ao lado de alguém eu possa anos ficar
Sem meus voos matreiros sem poder com eles me aventurar 
Em outros vales perdidos, poder encontrar 
A estrela perdida que um dia há muito tempo saí pra buscar 


Acredite, sou uma alma perdida, estou só de passagem 
Receio que ao teu lado por muito tempo 
Eu, sendo tal como a ave que voa, 
Ao teu lado para sempre, não consiga ficar. 


Simone Medeiros


Ilustração: Google


UM NOITE APENAS


UM NOITE APENAS


Uma noite apenas foi o bastante pra saber 
Que a todo instante você em minha mente viria visitar
Agindo inconsequentemente, livremente, 
sem ter a minha permissão. 


Como atreves, que achas que fazeis? 
Invade na surdina meu coração 
Atropela tudo o que está por vir 
Me deixando em êxtase, sem reação 


Não, não,.. não deves agir assim! 
Tenha pena de mim, por favor! 
Não vês que assim maltratas 
O meu pobre e indefeso coração? 


E o que passa em tua mente então, 
Pra vir a essa hora em meus sonhos 
Sem pedir ao meu anjo, a concessão? 
Uma noite apenas foi o bastante, 


Com certeza. O que eu faço agora, 
É o melhor para nós dois. 
Suma de minha vida o quanto antes! 
Antes que eu perca a cabeça e enlouqueça, 


E em teus beijos novamente a razão. 
Por favor, tenha piedade, compaixão. 
Salve o meu pobre coração 
Das garras felinas dessa danada paixão! 



Simone Medeiros 


Ilustração: Google


EU PRECISO

EU PRECISO


Preciso do tempo, um favor.
Que não me magoe
Que me diga somente a verdade
Mesmo que ela me doe bem fundo d'alma


Me dê a verdade 
Que desata os nós da injúria, 
Desmascarando as mentiras impuras 
Preciso do tempo, por um momento, 


Um tempo só para mim, como refinamento 
Preciso de espaço e um cuidado especial 
Pra poder tapar as lacunas do meu ego amor 
Tapar os buracos das balas perdidas, tempo cruel! 


Aturdidas estive pelas tuas feridas maléficas 
Carregavam-na o fardo de provar em ser a ti fiel 
Sem ao menos ter-te sido incoerente, 
Fui alma pura e dos seus jugos, inocente. 


Preciso do tempo ao meu lado 
Doando-me saúde e afagos 
Não tenho todo o tempo do mundo 
Mas trago no peito, um sentimento 


Sincero e verdadeiro e, acredite 
Ele só existe, esperando o teu amor. 
Mas preciso do tempo como aliado 
Mas que não seja um lorde carrasco 


E não me venha com malgrados 
As cicatrizes já existem, estão lá. 
Só não é preciso machucá-las 
Pois, são lições de vida e amor, 


Sabedoria renascente em cada dor. 
Por isso, hoje preciso do tempo 
Como meu melhor amigo. 
Que ele me traga o amor real 


E junto dele, um amigo leal 
Que seja fiel ao falar de amor 
E contudo, seja leal ao provar-lhe 
Do meu mais puro e sincero amor. 



Simone Medeiros 


Ilustração: Google


Simone de Corpo, Alma e Poesias...